PROJETO VENCEDOR DA 9ª SEMANA ESTADUAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
1º LUGAR A NÍVEL DE E.MÉDIO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Ana Elisa K.
Possimoser
Eleutério Schaffelen
Emilia K. Possimoser
Idolindo Gabrecht
EEEFM “Alto
Jatibocas”
Resumo
A substituição do
calcário pelas cinzas vegetais pode se tornar uma alternativa no
desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável, levando em consideração os
impactos da extração do calcário no ambiente, por tratar-se de um recurso
mineral não renovável. Há assim, a necessidade de alternativas que a curto ou
longo prazo, possam substituí-lo. As cinzas vegetais são compostas
principalmente de cálcio e magnésio que podem corrigir o pH do solo com a mesma
eficácia do calcário, e ainda fornecer outros nutrientes. Atualmente são
produzidas toneladas desse composto que são descartadas incorretamente em
lugares baldios, causando a desertificação do solo e contaminando os lençóis
freáticos. Nossa proposta é usar esse recurso nas propriedades de Alto
Jatibocas e futuramente levá-la para todo o município.
Introdução
A
reposição de minerais do solo é fundamental, com o intuito de assegurar resultados
positivos na produção final. Nesse caso a reposição de minerais e a correção da
acidez são feitos com o calcário e alguns tipos de fertilizantes. Poucos sabem
que o resíduo inorgânico que surge depois da queima de qualquer matéria
orgânica é um riquíssimo composto mineral que pode substituir o calcário e
ainda fornecer importantes nutrientes para o solo.
As
cinzas vegetais (CO2, H2O e NO2) ainda pouco
utilizadas na agricultura como adubo para o solo, contêm cálcio, magnésio,
fósforo e outros elementos que podem contribuir no desenvolvimento das plantas.
Dentre estes elementos, alguns são micronutrientes essenciais para o
desenvolvimento dos seres vivos, como, por exemplo, cobre, zinco, magnésio, ferro
e boro (RIGAU14; DAROLT e OSAKI2).
Justificativa e Motivação
Sabemos
que há muito tempo o homem vem utilizando recursos não renováveis em suas
atividades, estes, se tornam cada vez mais escassos e sua exploração muitas
vezes de forma incorreta, modifica, de forma considerável, o ambiente.
O
crescente uso de fertilizantes químicos em todo o mundo atenta para a necessidade
de um manejo sustentável do solo. A substituição de fertilizantes químicos por
biofertilizantes pode se tornar uma boa alternativa, já que os custos dessas
fontes são bem menores. Um exemplo alternativo e de custo inferior são as
cinzas vegetais provenientes da queima de madeira.
Hoje,
produzir alimentos no campo, exige o manejo do solo com toneladas de fertilizantes
(que muitas vezes não são produzidos no país) e corretivos para a correção do pH
do solo. Muitos desses recursos estão se encarecendo gradativamente, aumentando
o custo de produção dos alimentos no campo, e como consequência, o consumidor
final acaba percebendo diariamente no aumento dos preços.
Notamos
que nossos antepassados tinham costume de usar as cinzas produzidas pelos
fogões a lenha para adubar pequenas hortinhas domésticas. Porém,
esse costume acabou sendo deixado de lado, possivelmente pela falta de conhecimento
ou por informações distorcidas.
Hoje
a produção de cinzas é maior do que no passado, além de fogões à lenha, existem
fornalhas de secadores de café, olarias, padarias, siderúrgicas,
incineradoras, entre outras fábricas, o que nos motiva a desenvolver um projeto
voltado ao aproveitamento das cinzas vegetais na correção do pH do solo e como
fonte de nutrientes.
Um
projeto que alcance a todos os produtores de nossa comunidade e que os auxilie
na implementação de uma agricultura que não agrida tanto o nosso meio. Um
trabalho que expanda além das janelas de nossa escola. Uma utopia real.
Objetivo
Levar
ao publico que a utilização das cinzas irá reduzir os custos da produção de
alimentos, e consequentemente barateá-los para o consumidor. Propor a redução
do uso de recursos não renováveis, minimizando os impactos da sua extração,
além de diminuir o fluxo de caminhões pesados nas rodovias, que hoje são
responsáveis pelo transporte dos fertilizantes para o campo, e ainda diminuir o
descarte incorreto das cinzas em terrenos baldios, que quando despejados em
excesso podem saturar o solo e as águas devido a alta alcalinidade.
Objetivo Geral
Introduzir
as cinzas vegetais na agricultura, diminuindo os gastos e ainda promover uma
alimentação mais acessível e saudável na mesa do consumidor.
Objetivos Específicos
Realizar
um trabalho em sala de aula capaz de auxiliar a comunidade local;
Apresentar
aos produtores um recurso simples e abundante, a cinza vegetal, capaz de
propicionar melhorias ao solo;
Levar
ao conhecimento público as vantagens do aproveitamento das cinzas na produção
agrícola;
Reduzir
a extração de recursos não renováveis e seus impactos ao meio ambiente;
Mostrar
as propriedades econômicas que esse recurso pode gerar para a economia, o qual
poderá substituir recursos já existentes no mercado;
Incentivar
o uso de recursos renováveis e ainda contribuir para um planeta mais saudável
contribuindo de forma significativa para o ciclo do carbono.
Baratear
os custos para o produtor e o preço dos produtos para o consumidor;
Efetivar
um trabalho escolar preocupado com a sustentabilidade com aplicabilidade
imediata.
Materiais e Métodos
Além
de uma ampla pesquisa bibliográfica, também se introduzirá a pesquisa de campo
com diferentes culturas e diferentes dosagens. A fonte de cinzas a ser estudada
será a cinza proveniente da queima da madeira de eucalipto. Isso por ser proveniente
de reflorestamento e atualmente o mais usado na queima.
Também
fizemos um levantamento entre a população por meio de um questionário
simplificado, distribuído em diferentes comunidades a fim de fazermos um levantamento
estatístico sobre a produção e reaproveitamento das cinzas.
Realização
de testes com instrumentos de medida para testes do pH, antes e depois da
aplicação das cinzas vegetais.
Com
o uso de reagentes químicos queremos demonstrar o poder de alcalinidade
confrontando os testes com o tradicional calcário e a cinzas vegetais.
Resultados Esperados
O
desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável sempre interessou a todos,
mas muitas vezes a falta de informação impede que ela possa ser colocada em prática.
Cabe a todos, diminuir os impactos que as atividades humanas vêm trazendo ao ambiente.
Esse projeto volta-se principalmente para essa questão, já que na agricultura
há uma dependência muito grande de recursos minerais não renováveis, que no
decorrer dos anos podem se tornar menos acessíveis prejudicando o desenvolvimento
do setor agrário. As fontes alternativas como as cinzas, são pouco usadas, mas
desempenham função tão complexa como a do calcário, que atualmente é usado na
correção do pH do solo.Poucos agricultores sabem que plantas cultivadas com a adubação orgânica possuem
maior equilíbrio nutricional tornando-as
mais resistentes à pragas e doenças, e
acabam se tornando dependentes pelo que
é oferecido pela indústria química.
Nossa
proposta para depois das pesquisas e dos resultados obtidos, é organizar grupos
de alunos para orientar os produtores na utilização desse material tão abundante
em nossa região, fazendo amostragens da utilização e explicando os benefícios e
o custo praticamente zero deste experimento que pode tornar o produto final
mais barato ao consumidor, e ainda aumentar os lucros do lavrador, e o
propósito maior, garantir a sustentabilidade para o nosso meio.
Conclusão
As cinzas vegetais desempenham função tão complexas quanto o calcário e ainda suprimem outros minerais escenciais para o desenvolvimento das plantas.
A utilização dessas para a agricultura fomentará o desenvolvimento sustentável e econômico.
Algumas recomendações: após fazermos vários testes, concluímos que muitos acabam exagerando na dosagem de cinzas administradas ao solo, acasionando uma saturação com elevação do pH e com isso acaba matando a planta. Isto pelo fato, do material ser leve de baixa densidade em relação ao tradicional calcário a pessoa se confunde e acaba administrando doses superiores do que a planta necessita.
As cinzas podem corrigir o pH do solo em questão de horas enquanto o tradicional calcário levaria de 3 a 8 meses para agir no solo.
Para vasos com aproximadamente 5 Kg de terra recomendamos usar 20 gramas de cinzas penerada e voltar a repetir somente a 6 meses depois, caso haja necessidade.
Para outras dosagens mais precisas recomendamos primeiro a fazer uma análise do solo.
Referências
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A.,CARVALHO,D. A força das pedras. O
mármore e granito no Espírito Santo.
Vitória, ES: Pedreiras do Brasil, 89p. 1994.
DAROLT,
M.R.; OSAKI. F. Efeito da cinza de
caeira de cal sobre a produção da aveia preta, no comportamento de alguns
nutrientes. 1989, 33p. In: Calagem & Adubação. Campinas,SP: Insti-tuto
Brasileiro de Ensino Agrícola,-1991.
BELLOTE,
A. F. J.; SILVA, H. D. da. Técnicas de
amostragem e avaliações nutricionais em plantios de Eucalyptusspp. In: Gonçalves,
J. L. de M.; Benedetti, V Nutrição e fertilização florestal. Piracicaba: IPEF,
p. 105-133. 2000.
EMBRAPA
– Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária.
Manual de métodos de análises de
solo. Centro Nacional de levantamento e conservação do solo. Rio de
Janeiro: Embrapa Solos. P.212, 1997..
SOUZA,JL.de;RESENDE,P.Manual de Horticultura orgânica.Viçosa:
Aprenda Fácil, 2003. 564 p.
OSAKI,
F. Calagem e Adubação. Curitiba,
1990. PARANÁ. Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Departamento de
Economia Rural. Acompanhamento Agropecuário do Paraná v.14, n.7, p.49, 1989.
OSAKI
F., DAROLT M. R.; Uso da Qualidade de
cinzas vegetais para uso como adubos da região metropolitana de Curitiba;
Revista Setor Ciências Agrárias, 11(1-2). Curitiba, 1989/1991
Campos sistêmicos biomineralizados: http://biominerais.blogspot.com.br/
(Acesso em setembro de 2012).
Manual
Agroflorestal para a Mata Atlântica: http://comunidades.mda.gov.br/arquivos/.../Manual_Agroflorestal.pdf
(Acesso em agosto
de 2012).
Anexos
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