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terça-feira, 30 de outubro de 2012

BIOMINERAL: FOMENTO NA AGRICULTURA

PROJETO VENCEDOR DA 9ª SEMANA ESTADUAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA


1º LUGAR A NÍVEL DE E.MÉDIO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO






BIOMINERAL: FOMENTO NA AGRICULTURA


Ana Elisa K. Possimoser

Eleutério Schaffelen

Emilia K. Possimoser

Idolindo Gabrecht

EEEFM “Alto Jatibocas”
  

Resumo

A substituição do calcário pelas cinzas vegetais pode se tornar uma alternativa no desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável, levando em consideração os impactos da extração do calcário no ambiente, por tratar-se de um recurso mineral não renovável. Há assim, a necessidade de alternativas que a curto ou longo prazo, possam substituí-lo. As cinzas vegetais são compostas principalmente de cálcio e magnésio que podem corrigir o pH do solo com a mesma eficácia do calcário, e ainda fornecer outros nutrientes. Atualmente são produzidas toneladas desse composto que são descartadas incorretamente em lugares baldios, causando a desertificação do solo e contaminando os lençóis freáticos. Nossa proposta é usar esse recurso nas propriedades de Alto Jatibocas e futuramente levá-la para todo o município.


Cinzas são resíduos da queima proveniente de lenha



Introdução

A reposição de minerais do solo é fundamental, com o intuito de assegurar resultados positivos na produção final. Nesse caso a reposição de minerais e a correção da acidez são feitos com o calcário e alguns tipos de fertilizantes. Poucos sabem que o resíduo inorgânico que surge depois da queima de qualquer matéria orgânica é um riquíssimo composto mineral que pode substituir o calcário e ainda fornecer importantes nutrientes para o solo.
As cinzas vegetais (CO2, H2O e NO2) ainda pouco utilizadas na agricultura como adubo para o solo, contêm cálcio, magnésio, fósforo e outros elementos que podem contribuir no desenvolvimento das plantas. Dentre estes elementos, alguns são micronutrientes essenciais para o desenvolvimento dos seres vivos, como, por exemplo, cobre, zinco, magnésio, ferro e boro (RIGAU14; DAROLT e OSAKI2).

cinzas





Justificativa e Motivação

Sabemos que há muito tempo o homem vem utilizando recursos não renováveis em suas atividades, estes, se tornam cada vez mais escassos e sua exploração muitas vezes de forma incorreta, modifica, de forma considerável, o ambiente.
O crescente uso de fertilizantes químicos em todo o mundo atenta para a necessidade de um manejo sustentável do solo. A substituição de fertilizantes químicos por biofertilizantes pode se tornar uma boa alternativa, já que os custos dessas fontes são bem menores. Um exemplo alternativo e de custo inferior são as cinzas vegetais provenientes da queima de madeira.
Hoje, produzir alimentos no campo, exige o manejo do solo com toneladas de fertilizantes (que muitas vezes não são produzidos no país) e corretivos para a correção do pH do solo. Muitos desses recursos estão se encarecendo gradativamente, aumentando o custo de produção dos alimentos no campo, e como consequência, o consumidor final acaba percebendo diariamente no aumento dos preços.
Notamos que nossos antepassados tinham costume de usar as cinzas produzidas pelos fogões a lenha para adubar pequenas hortinhas domésticas. Porém, esse costume acabou sendo deixado de lado, possivelmente pela falta de conhecimento ou por informações distorcidas.
Hoje a produção de cinzas é maior do que no passado, além de fogões à lenha, existem fornalhas de secadores de café, olarias, padarias, siderúrgicas, incineradoras, entre outras fábricas, o que nos motiva a desenvolver um projeto voltado ao aproveitamento das cinzas vegetais na correção do pH do solo e como fonte de nutrientes.
Um projeto que alcance a todos os produtores de nossa comunidade e que os auxilie na implementação de uma agricultura que não agrida tanto o nosso meio. Um trabalho que expanda além das janelas de nossa escola. Uma utopia real.

Objetivo

Levar ao publico que a utilização das cinzas irá reduzir os custos da produção de alimentos, e consequentemente barateá-los para o consumidor. Propor a redução do uso de recursos não renováveis, minimizando os impactos da sua extração, além de diminuir o fluxo de caminhões pesados nas rodovias, que hoje são responsáveis pelo transporte dos fertilizantes para o campo, e ainda diminuir o descarte incorreto das cinzas em terrenos baldios, que quando despejados em excesso podem saturar o solo e as águas devido a alta alcalinidade.

Cinzas despejados em terrenos baldios saturando o solo e poluíndo os lençóis freáticos



Objetivo Geral
Introduzir as cinzas vegetais na agricultura, diminuindo os gastos e ainda promover uma alimentação mais acessível e saudável na mesa do consumidor.

Cinzas vegetais sendo usados na agricultura


Objetivos Específicos

Realizar um trabalho em sala de aula capaz de auxiliar a comunidade local;
Apresentar aos produtores um recurso simples e abundante, a cinza vegetal, capaz de propicionar melhorias ao solo;
Levar ao conhecimento público as vantagens do aproveitamento das cinzas na produção agrícola;
Reduzir a extração de recursos não renováveis e seus impactos ao meio ambiente;
Mostrar as propriedades econômicas que esse recurso pode gerar para a economia, o qual poderá substituir recursos já existentes no mercado;
Incentivar o uso de recursos renováveis e ainda contribuir para um planeta mais saudável contribuindo de forma significativa para o ciclo do carbono.
Baratear os custos para o produtor e o preço dos produtos para o consumidor;
Efetivar um trabalho escolar preocupado com a sustentabilidade com aplicabilidade imediata.

Materiais e Métodos 

Além de uma ampla pesquisa bibliográfica, também se introduzirá a pesquisa de campo com diferentes culturas e diferentes dosagens. A fonte de cinzas a ser estudada será a cinza proveniente da queima da madeira de eucalipto. Isso por ser proveniente de reflorestamento e atualmente o mais usado na queima.
Também fizemos um levantamento entre a população por meio de um questionário simplificado, distribuído em diferentes comunidades a fim de fazermos um levantamento estatístico sobre a produção e reaproveitamento das cinzas.
Realização de testes com instrumentos de medida para testes do pH, antes e depois da aplicação das cinzas vegetais.
Com o uso de reagentes químicos queremos demonstrar o poder de alcalinidade confrontando os testes com o tradicional calcário e a cinzas vegetais.

Resultados Esperados

O desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável sempre interessou a todos, mas muitas vezes a falta de informação impede que ela possa ser colocada em prática. Cabe a todos, diminuir os impactos que as atividades humanas vêm trazendo ao ambiente. Esse projeto volta-se principalmente para essa questão, já que na agricultura há uma dependência muito grande de recursos minerais não renováveis, que no decorrer dos anos podem se tornar menos acessíveis prejudicando o desenvolvimento do setor agrário. As fontes alternativas como as cinzas, são pouco usadas, mas desempenham função tão complexa como a do calcário, que atualmente é usado na correção do pH do solo.Poucos agricultores sabem que plantas  cultivadas com a adubação orgânica possuem maior equilíbrio nutricional  tornando-as  mais resistentes à pragas e doenças, e acabam se tornando dependentes  pelo que é oferecido pela  indústria química.
Nossa proposta para depois das pesquisas e dos resultados obtidos, é organizar grupos de alunos para orientar os produtores na utilização desse material tão abundante em nossa região, fazendo amostragens da utilização e explicando os benefícios e o custo praticamente zero deste experimento que pode tornar o produto final mais barato ao consumidor, e ainda aumentar os lucros do lavrador, e o propósito maior, garantir a sustentabilidade para o nosso meio.

Conclusão
 
As cinzas vegetais desempenham
função tão complexas quanto o calcário e ainda suprimem outros minerais escenciais para o desenvolvimento das plantas.
A utilização dessas para a agricultura fomentará o desenvolvimento sustentável e econômico.

Algumas recomendações: após fazermos vários testes, concluímos que muitos acabam exagerando na dosagem de cinzas administradas ao solo, acasionando uma saturação com elevação do pH e com isso acaba matando a planta. Isto pelo fato, do material ser leve de baixa densidade em relação ao tradicional calcário a  pessoa se confunde e acaba administrando doses superiores do que a planta necessita.
As cinzas podem corrigir o pH do solo em questão de horas enquanto o tradicional calcário levaria de 3 a 8 meses para agir no solo.
Para vasos com aproximadamente 5 Kg de terra recomendamos usar 20 gramas de cinzas penerada e voltar a repetir somente a 6 meses depois, caso haja necessidade. 
Para outras dosagens mais precisas recomendamos primeiro a fazer uma análise do solo.

Referências

ABREU, A.,CARVALHO,D. A força das pedras. O mármore e granito no Espírito   Santo. Vitória, ES: Pedreiras do Brasil, 89p. 1994.
DAROLT, M.R.; OSAKI. F. Efeito da cinza de caeira de cal sobre a produção da aveia preta, no comportamento de alguns nutrientes. 1989, 33p. In: Calagem & Adubação. Campinas,SP: Insti-tuto Brasileiro de Ensino Agrícola,-1991.
BELLOTE, A. F. J.; SILVA, H. D. da. Técnicas de amostragem e avaliações nutricionais em plantios de Eucalyptusspp. In: Gonçalves, J. L. de M.; Benedetti, V Nutrição e fertilização florestal. Piracicaba: IPEF, p. 105-133. 2000.
EMBRAPA – Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária.  Manual de métodos de análises de solo. Centro Nacional de levantamento e conservação do solo. Rio de Janeiro: Embrapa Solos. P.212, 1997..
SOUZA,JL.de;RESENDE,P.Manual de Horticultura orgânica.Viçosa: Aprenda Fácil, 2003. 564 p.
OSAKI, F. Calagem e Adubação. Curitiba, 1990. PARANÁ. Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Departamento de Economia Rural. Acompanhamento Agropecuário do Paraná v.14, n.7, p.49, 1989.
OSAKI F., DAROLT M. R.; Uso da Qualidade de cinzas vegetais para uso como adubos da região metropolitana de Curitiba; Revista Setor Ciências Agrárias, 11(1-2). Curitiba, 1989/1991
Campos sistêmicos biomineralizados: http://biominerais.blogspot.com.br/ (Acesso em setembro de 2012).

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