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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Lavouras de Café em Alto Jatibocas

Desde início do século XX já existiam pequenas lavoras de café aqui em Alto Jatibocas. Segundo registros históricos, mesmo sendo manejado de forma rústica, o café já era uma grande fonte de renda naquela época.
A mão-de-obra naquela época era barata, pois as famílias eram numerosas, entre 12 à 20 membros por família. Muitas vezes o marido chegava a ser viúvo por mais de três casamentos.
Com isso, muitos proprietários foram adquirindo novas terras, formando pequenas fazendas. O café tinha um valor mínimo assegurado pelo Governo em 20 contos de reis, mas pouco tempo depois veio estourar a crise da bolsa, e o declínio na comercialização do café em 1922, sob o governo de Epitácio Pessoa. Muitos cafeicultores faliram, tendo que abrir mão de suas terras adquiridas, com lucros oriundos do café. Pois todos os cafeicultores que apostaram no preço do café, adquirindo bens na expectativa de págá-los posteriormente com a colheita do café, se deram mal. Dois dos agricultores que foram prejudicados com a baixa no preço do café, foram os senhores: Teodoro Krause e seu irmão Carlos Krause, que na época eram considerados grandes fazendeiros residentes em Alto Jatibocas, cujo soma das terras extrapolavam a divisa dos municípios de Itaguaçu e Santa Leopoldina.
Veja a evolução da Cafeicultura na região de forma cronológica:



















Secando os grãos de café nos terreiros




















Mas contudo, uma das maiores quebras no negócio cafeeiro, foi com o “crash” da Bolsa de Nova York ocorrido entre os anos de 1929 à 1930, momento onde a economia mundial ficou parada.
Nessa época o atual presidente da república era Getúlio Vargas.
Como os armazéns do governo estavam lotados e a colheita do café em alta, o Governo baixou um decreto onde milhares de sacas de café foram queimadas a fim de evitar a queda do preço do café no mercado exterior, já que o Brasil era um dos principais exportadores de café. Mas tal atitude foi em vão, e se passaram décadas de estagnação e decadência no setor cafeeiro...


















Nos anos de 1960 surge uma nova proposta do Governo. Onde o obetivo era erradicar lavouras de cafés abandonadas ou com baixa produtividade.
As pessoas que arrancassem os pés de café recebiam um subsídio do Governo para custear o trabalho.
Em meados de 1960 também há relatos referente ao "Acares". Pelo que consta era um serviço que dava assistência técnica para o plantio de café, sendo que os agricultores interessados, recebiam as sementes de café as sacolas para fazer as mudas.
A nova variedade de café era conhecida como "Café Mundo Novo", que seria um café de grande porte e altamente produtivo. O espaçamendo entre as carreiras era um exagero de quase 6 metros.
As poucas lavoras dessa variedade de café que ainda existem na região tem mais de 40 anos de plantio, esses pés de café chegam a medir mais de 3 metros de altura.
Veja uma plantação de Café Mundo Novo recém formada em Alto Jatibocas no final da década de 1960.



















Na década de 1970 surge então em Alto Jatibocas o IBC "Istituto Brasileiro do Café" com o seguinte lema: "Plante café que o Governo garante".
Desta vez uma nova variedade de café foi introduzida na região, o Café Catuaí. Sendo um café ainda mais produtivo que o Mundo Novo, e de porte menor, em pouco tempo foi a variedade preferida da região.
Sendo que é uma das variedades presentes até os dias de hoje. Embora que mais tarde tenham sido desenvolvidas outras variedades de café, a variedade Catuaí ainda vem sendo insquestionavelmente a variedade preferida dos cafeicultores e o que melhor se adaptou na região.
Veja as lavouras:





















Foi também na década de 1970 onde foram detonadas grandes quantidades de defensivos agrícolas. Como o Bidrin 50 S produzido pela Shell, usado no combate ao "Bicho Mineiro", Folimat 1000 produzido pela Bayer, usado para combater o "Ácaro Vermelho" e por fim, o Thiodan E produzido pela Hoechst, usado no controle da "Broca do grão de café". Este tinha uma propaganda bem audaciosa no rótulo, com a seguinte frase: "Pouco tóxico ao homem e terrível contra as pragas". Obviamente isso era algo meio duvidoso, cujo o intuito era camuflar a real toxidez do defensivo.
Como o IBC era bem rígido no controle do café, as pulverizações eram feitas em massa. Geralmente eram feitas em torno de 3 a 4 aplicações em determinadas épocas do ano. Aqui em Alto Jatibocas, era frequente pessoas com os pulverizadores motorizados nas costas. O barulho dos motores podia ser ouvido em todas as direções, som muito parecido com o canto das cigarras. Mas isso também teve um lado sombrio, agredita-se que muitas espécies de pássaros, abelhas e outros animais foram intoxicados, ou até mesmo extintos pela ação desses defensivos usados na região durante essa época.
Pois nessa época as pessoas não usavam nenhuma EPI e também é bem provável que muitas doenças crônicas e mal formações congênitas, tenham se desenvolvido na região devido a esse fato.






















Foi nos anos de 1970 até meados de 1980, que o café impulsionou a economia da região, pois foi uma fase onde o café rendia muitos lucros e também era muito produtivo. Tempo onde uma saca de café beneficiada dava para comprar mais de 14 sacas de adubo da formulação 25-05-20.
Os finaciamentos naquela época também eram vantajosos, pois os juros se tornavam quase insignificantes, já que o café subia constantemente...





















Os financiamentos e custeios de café, eram adquiridos na Agência do Banco do Brasil em Santa Teresa, já que a mesma só existia alí.





















Hoje ainda o café, exerce grande importância econômica, mas a mão-de-obra está cada vez mais cara e o custo de produção elevado. Sendo que os preços se encontram defasados há anos.





















Atualmente existem muitas linhas de crédito voltados ao setor cafeeiro, mas como os preços não reagem, qualquer financiamnto ou investimento pode ser perigoso, e o risco de quebra é alto.
Atualmnte qualquer 0,5% de juros é uma aventura para o cafeicultor, e o que vemos é a população cada vez mais dependente do banco.


















Se refletirmos um pouco, vamos ver que dificilmente os bons tempos irão voltar, pois a tecnologia evoluiu muito... e hoje não conseguimos competir com os grandes cafeicultores onde a produção é toda mecanizada, desde o plantio até a colheita...


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